segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Concepção de Inferno - Parte 2

Esta "aventura" aconteceu no início do ano quando, este intrépido cidadão mais do que comum, José Manoel, resolveu sair do vilarejo no interior do Estado onde reside e resolveu curtir alguns dias de suas férias no Rio de Janeiro. Era final de tarde e o Zé Mané que vos fala resolveu utilizar o meio de transporte que ele achou mais rápido para chegar na casa de uma amiga, o Metrô do Rio de Janeiro.

Achei que nada poderia se comparar ao desastroso "passeio de ônibus" que descrevi em uma crônica anterior mas estava completamente enganado. Como todo bom Zé Mané, não calculei que por ter sido um dia de calor tórrido no Rio de Janeiro naquele horário muita gente estava saindo da praia. Já na estação aquela confusão de gente, um povo nada discreto falando alto, crianças correndo pra todo lado, os adolescentes escutando aqueles funks horrorosos no celular e sem fone de ouvido. Às vezes questiono se foi realmente uma boa idéia levar o metrô até Ipanema, mas tudo bem, tá na chuva é para se molhar mesmo.

Apesar da estação estar cheia dei a sorte de conseguir um lugar para sentar (foi o único momento de sorte que tive aquele dia). Que eu me recorde, antigamente as composições do metrô possuíam ar condicionado, mas a que eu peguei era uma verdadeira sauna móvel. Tudo bem, estou precisando queimar umas gordurinhas mesmo, emagreço enquanto viajo, pensei eu.

Então, começou minha "viagem insólita". Começou mal inclusive. Com tantas composições que o metrô tem, um grupinho de pagode, bem desafinado por sinal, tinha que entrar justamente na que eu estava. Ô inferno! Não bastasse os pagodeiros ainda tinha a legião de pobres, quer dizer, fãs, que vieram acompanhando o grupo desde a praia, que cantavam e dançavam dentro da composição.

Tá ruim, né? Que nada, vai começar a ficar bom agora!

Algumas estações depois sentou um senhor, que pelo bafo parecia que tinha tomado um tonel de cachaça. Claro que a pessoa desabou do meu lado e apagou e adivinha a quem coube o papel de travesseiro. Exato! O Zé Mané aqui! Dei uns solavancos nele para ver se ele se tocava mas nada. Acabei desistindo e aceitando meu destino. Aff!.

Recapitulando. Metrô lotado, calor insuportável, "show" de pagode, pinguço se escorando em mim. A essa altura eu já estava pra lá de estressado, mas como desgraça para pobre é pouco, o negócio só foi piorando. Numa estação dessas no centro da cidade entrou um grupo de garotas, dessas que trabalham em lojas de departamentos, que falavam sem parar. Pareciam Gremlings (quem viu o filme deve lembrar). Uma dessas moças parou bem na minha frente e, eis que então, o celular da dita cuja começou a tocar um daqueles sons que pobre adora! (baixou Caco Antibes...rsrs).

- ELE TÁ OLHO, NA MINHA PIRIQUITA! NA MINHA PIRIQUITA! NA MINHA PIRIQUITA!

O problema é que a infeliz ao invés de atender deixou aquela coisa continuar tocando. Uma hora não teve jeito, dei uma encarada na mocréia com aquele olhar fatal do tipo "atende logo esta p#!*rra e dá logo essa piriquita pra ele!". Acho que ela se tocou e atendeu.

Tá bom, né? Naaaaaaaada! Ainda tem o grande final!

De repente senti algo estranho no meu braço. Era a baba do pinguço do meu lado que estava escorrendo.

AI, QUE NOOOOOOJOOOOO!!!!!!!

Aí chutei o balde. Aproveitei que ele estava sentado na ponta do banco e dei um empurrão nele para jogá-lo no chão! Enquanto o porco se levantava peguei algo na mochila para me limpar, ao mesmo tempo que desfolhava minha cartilha de palavrões. O infeliz sumiu. Espero que tenha caído nos trilhos e tenha sido eletrocutado ou um outro trem tenha passado em cima.

No meu desespero baixei a cabeça e comecei a conversar com Deus de novo:

"Senhor, por que eu? Por que isso só acontece comigo? Se isso é algum castigo, já tá bom, né? Olha a palhaçada, hein!!"

No que levantei  a cabeça percebi que tinha passado da estação que ia saltar....

P#*%ta que pariu!!! Lá vou eu de novo!

(Este post é dedicado ao meu amigo Marcelo Santos que trava uma verdadeira batalha bíblica contra o péssimo atendimento prestado pelo Metrõ Rio)


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