quinta-feira, 16 de junho de 2011

Crônica do mau humor 2 - Um dia típico

 
Nada como acordar pela manhã com aquela sensação de que o dia inteiro vai ser uma boa droga, sem qualquer razão aparente. Então, algumas situações de um dia típico de mau humor, quando a boca fala uma coisa e o cérebro pensa outra, pode ser descrito assim:

Sua mãe, aquela pessoa que levantou de madrugada para lhe preparar um café caprichado para quando você acordar encontrasse tudo pronto e quentinho, entra no seu quarto e te acorda com todo cuidado para que você não se atrase:
- Boca: "Já vou mãe! Já to levantando!"
- Cérebro: "Ai velha chata! Me deixa dormir!"

Sua esposa lhe acorda de manhã e lhe pergunta se você dormiu bem:
- Boca: "Dormi como uma pedra, querida."
- Cérebro: "Passei a noite quase toda em claro com essa porca roncando do meu lado!"

Seus filhos entram no seu quarto, cheios de amor pra dar, te enchendo de carinhos, te dizendo "Bom diaaaa!"
- Boca: "Bom dia meus anjinhos!"
- Cérebro: "Alguém, por caridade, poderia retirar essas crianças barulhentas e remelentas daqui?"

O porteiro do seu edifício, aquela pessoa simpática que entrega a correspondência na sua porta, que te ajuda quando você chega do supermercado abarrotado de sacolas, lhe cumprimenta na hora que você está saindo para trabalhar:
- Boca: "Bom dia, Sr. Fulano de tal!"
- Cérebro: "Lá vem esse fuxiqueiro querendo saber da vida dos outros para ficar de fofoca com as empregadas pelos corredores!"

Seu chefe, aquele que te deu uma oportunidade de trabalho, que assina todo mês o seu contracheque, passa por você e lhe dá um bom dia:
- Boca: "Bom dia chefe!"
- Cérebro: "Não entendo porque esse cretino ganha o dobro do meu salário e não faz metade do que eu faço!"

Teu assistente, que te quebra altos galhos, que segura a tua barra quando você mais precisa, te recebe com aquele sorriso quando você chega:
- Boca: "E aí meu querido, tudo em cima?"
- Cérebro: "Para estar arreganhando os dentes pra mim logo de manhã, deve ter feito merda. Se eu não estiver por perto não faz nada direito!"

Durante o almoço, o garçon que sempre te atende com gentileza e simpatia, se aproxima de sua mesa e pergunta se você deseja alguma coisa pra beber:
- Boca: "Um refrigerante por favor."
- Cérebro: "Venho aqui quase todos os dias e este lesado ainda não aprendeu o que eu gosto de beber durante o almoço!"

Na volta pra casa, você está na condução e o assento do seu lado está vazio. Então chega alguém e pergunta se pode sentar-se ali:
- Boca: "Sim, claro!"
- Cérebro: "Não tá vendo a Luana Piovani bancando a mulher invisível do meu lado não? Animal!"

Novamente em casa, sua esposa, inocentemente, pergunta se você vai jantar:
- Boca: "Sim querida, estou morrendo de fome!"
- Cérebro: "Não jumenta, vou jejuar até amanhã!"

Bom, citei aqui algumas situações que achei corriqueiras, com a costumeira pitada de acidez que é característica deste blog. Se eu lembrar de mais alguma citarei em um outro post sobre mau humor...hehehe

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Espaço destinado a publicar crônicas sobre fatos cotidianos mas, claro, com uma pitada de humor ácido. Nada de resenhas convencionais porque crítica maneira é aquela cujo veneno escorre pelo canto da boca.

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