segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A queda do Pinheirinho!

O tema para este post me foi sugerido e, como se pode ver na ilustração acima, não se trata da derrubada de mais uma árvore (o que por si só já seria triste), mas de um acontecimento sério, para não dizer grave, ocorrido no dia 22 de janeiro deste ano.

Me refiro ao processo de reintegração de posse ocorrida na localidade conhecida como "Pinheirinho", situada em São José dos Campos, no interior do estado de São Paulo. Eu fiquei impressionado como um assunto de tão grande relevância não recebeu o destaque merecido da imprensa oficial e o pouco que se viu contava apenas a versão de um lado da história, a do lado do "poder oficial instituído" amparado pela nosso sistema judiciário.

O que se viu lá foi mais uma vez foi o interesse econômico, amparado pelo Estado, sobrepujando o interesse coletivo. Por mera especulação imobiliária milhares de famílias foram arrancadas de suas casas graças a um simples pedaço de papel chamado "decisão judicial". Mais uma vez se viu a lei do mais forte prevalecer sobre o lado mais fraco. Mais uma vez a força policial (no qual fica registrado aqui, que estava apenas cumprindo ordens de seus "patrões") foi usada contra cidadãos indefesos para benefício do interesse da burguesia dominante.

Até quando o interesse econômico virá antes do interesse coletivo? Onde estão as tão faladas (e só faladas) reformas agrária e habitacional? O que acontecerá com as famílias que tiveram suas casas demolidas com todos os seus pertences dentro?

A resposta na verdade já sabemos, a "solução" é sempre a mesma. O governo inventa um cadastramento, joga as famílias naquelas tendas improvisadas e lhes dá uma esmola que agora tem o nome de "aluguel social" para calar-lhes a boca até que o assunto, junto com as famílias desabrigadas, caia em total esquecimento.
A lição que tiramos deste triste episódio é que as únicas "Lei", "Ordem", "Justiça" e "Paz" que a popualção expulsa do Pinheirinho conhece são àquelas que são impostas a elas (e à maioria da população brasileira).

E assim será por muito tempo.....

1 comentários:

Anônimo disse...

Para informação: o beneficiário da decisão não foi Naji Nahas, mas sim a massa falida de uma de suas empresas. O dinheiro que entra na massa falida vai para pagamento das dividas da empresa, dando preferência para os trabalhadores, em seguida para os fornecedores e o governo, que recebe impostos e arca com a reforma agrária e outras mencionadas. O próprio dono da empresa (Nahas, no caso) só recebe algo se o patrimônio exceder suas dívidas, o que é altamente improvável (pois se fosse o caso, a firma poderia capitalizar-se no mercado).

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