domingo, 27 de fevereiro de 2011

Em algum lugar muito distante daqui.

Em um país muito distante daqui, um ditador, no último dia do seu reinado, tem uma conversa com seu chefe de gabinete (mais fresco que o assistente da Lady Kate no programa humorístico "Zorra Total" da Rede Globo e que será tratado aqui como "CG").

- Ditador: Que alvoroço é esse aí fora?


- CG: Mumu, tu não lê jornal não?


- Ditador: Leio, claro! A parte de esportes, os quadrinhos, faço as palavras cruzadas e leio as colunas de fofocas. Por quê?


- CG: Porque se o senhor tivesse o hábito de ler pelo menos a primeira página do jornal saberia que as coisas não andam nada bem para o seu lado. Não está ouvindo os manifestantes lá fora gritando para o senhor?


- Ditador: Nem presto atenção. O que eles estão gritando?


- CG: Algo mais ou menos assim:  "aha! uhu! ô kadafinho vai tomar......sorvete!"


- Ditador: Então! Está vendo como o povo me ama? Até sorvete eles querem que eu tome. Realmente está um calor dos infernos, traz um de creme pra mim.

A bicha quase cai do alto do seu salto 15, tamanho o cinismo do seu chefe:

- CG: ALOOOOOOW! Criatura, eu estava sendo irônica quando falei "sorveteeeee"!. Se liga!


- Ditador: Chame a polícia e mande ela acabar com essa baderna!


- CG: Os policiais estão do lado dos manifestantes.


- Ditador: Então ligue para os meus generais e ordene que eles usem nossas tropas!


- CG: Seus generais já debandaram há tempos, criatura!


- Ditador: Entre em contato com nossos diplomatas ao redor do mundo e peça ajuda internacional!


- CG: Já renunciaram todos. Para falar a verdade, os líderes das outras nações querem ver o senhor pelas costas.


- Ditador: Ai meu santo Alah! Isso só pode ser obras daquela bicha horrorosa de turbante chamada de Bin Laden! Ligue para compadre Saddam, preciso que ele me dê um conselho!


- CG: Tu é alienado mesmo criatura! Saddam já foi enforcado a tempos!


- Ditador: Mininu, eu não estava sabendo! Nesse caso, só me restou tu mesmo, meu fiel assistente. Espero poder contar com sua lealdade até o fim!


- CG: Mas é claro meu querido! Estarei contigo até o fim nestes tempos difíceis. Pode contar comigo sempre!

Nesse exato momento os manifestantes arrombam a porta do palácio imperial. O chefe de gabinete pula na frente do ditador e dá aquele grito de traveco quando borra a maquiagem:

- CG: NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO!

Os manifestantes ficam atônitos diante da cena e o chefe de gabinete então continua:

- CG: NÃÃÃO TENHO NADA A VER COM ISSO! O TIRANO É ELEEEEE! PODEM LEVAAAAR!

E ao final do dia o ditador foi enforcado, indo fazer companhia ao seu compadre no quinto dos infernos...hehehe
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O que você faz para melhorar?

Esses últimos dias tenho presenciado situações que mostram com clareza como o ser humano pode ser mesquinho. Gente que só sabe reclamar, falar mal dos outros, ter inveja do que o seu semelhante tem. Reclamam da vida, do emprego, da família, dos amigos, dos vizinhos, um porre!

Porém, me pergunto, o que essas pessoas fazem para melhorar? Que esforço elas fazem para se tornar um ser humano melhor, um bom funcionário, um bom familiar, um bom amigo, um bom vizinho? Eu sei a resposta. NADA!

Se você estiver lendo este texto e possuir auto-crítica suficiente para perceber que se enquadra no perfil citado acima, uma dica: você vai ser infeliz a vida toda!

Ao invés de ficar criticando o outro pelo que ele tem e você não, pare e pense no quanto ele se esforçou mais do que você, do quanto ele se preparou mais do que você. Então, não adianta ficar resmungando que "fulano teve sorte na vida", trate de correr atrás do prejuízo para diminuir o seu azar.

Outra coisa, quem não se relaciona bem está igualmente fadado ao fracasso. Mesmo que você não tenha afinidade com alguém, não há obrigatoriedade em ficar com sorrisinhos falsos mas também não custa nada você dizer um "bom dia" quando encontra com alguém pela manhã, por exemplo.  Se você ocupa algum cargo de chefia, a experiência já me ensinou que, melhor do que terem medo de você, é que as pessoas tenham respeito por você. Essa história de chefe tirano, que coloca as pessoas em pânico quando chega é coisa pra filme "O Diabo veste Prada", no dia-a-dia não funciona bem assim.

Ainda com relação à questão do convívio social, uma boa rede de relacionamentos, seja em redes sociais ou em círculos de amizades, ajuda bastante a ter uma boa qualidade de vida e a alavancar sua carreira. Pessoas bem relacionadas têm mais chance de serem indicadas para promoções, prêmios e oportunidades de trabalho. Aquela "indicação" de um colega pode fazer muita diferença, principalmente se você estiver passando por algum aperto.

Então é isso. Vou fechar esse post com uma frase que acredito que sintetiza tudo que escrevi nesse texto:

Se você se fechar para o mundo, o mundo vai se fechar para você!


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Concepção de Inferno - Parte 2

Esta "aventura" aconteceu no início do ano quando, este intrépido cidadão mais do que comum, José Manoel, resolveu sair do vilarejo no interior do Estado onde reside e resolveu curtir alguns dias de suas férias no Rio de Janeiro. Era final de tarde e o Zé Mané que vos fala resolveu utilizar o meio de transporte que ele achou mais rápido para chegar na casa de uma amiga, o Metrô do Rio de Janeiro.

Achei que nada poderia se comparar ao desastroso "passeio de ônibus" que descrevi em uma crônica anterior mas estava completamente enganado. Como todo bom Zé Mané, não calculei que por ter sido um dia de calor tórrido no Rio de Janeiro naquele horário muita gente estava saindo da praia. Já na estação aquela confusão de gente, um povo nada discreto falando alto, crianças correndo pra todo lado, os adolescentes escutando aqueles funks horrorosos no celular e sem fone de ouvido. Às vezes questiono se foi realmente uma boa idéia levar o metrô até Ipanema, mas tudo bem, tá na chuva é para se molhar mesmo.

Apesar da estação estar cheia dei a sorte de conseguir um lugar para sentar (foi o único momento de sorte que tive aquele dia). Que eu me recorde, antigamente as composições do metrô possuíam ar condicionado, mas a que eu peguei era uma verdadeira sauna móvel. Tudo bem, estou precisando queimar umas gordurinhas mesmo, emagreço enquanto viajo, pensei eu.

Então, começou minha "viagem insólita". Começou mal inclusive. Com tantas composições que o metrô tem, um grupinho de pagode, bem desafinado por sinal, tinha que entrar justamente na que eu estava. Ô inferno! Não bastasse os pagodeiros ainda tinha a legião de pobres, quer dizer, fãs, que vieram acompanhando o grupo desde a praia, que cantavam e dançavam dentro da composição.

Tá ruim, né? Que nada, vai começar a ficar bom agora!

Algumas estações depois sentou um senhor, que pelo bafo parecia que tinha tomado um tonel de cachaça. Claro que a pessoa desabou do meu lado e apagou e adivinha a quem coube o papel de travesseiro. Exato! O Zé Mané aqui! Dei uns solavancos nele para ver se ele se tocava mas nada. Acabei desistindo e aceitando meu destino. Aff!.

Recapitulando. Metrô lotado, calor insuportável, "show" de pagode, pinguço se escorando em mim. A essa altura eu já estava pra lá de estressado, mas como desgraça para pobre é pouco, o negócio só foi piorando. Numa estação dessas no centro da cidade entrou um grupo de garotas, dessas que trabalham em lojas de departamentos, que falavam sem parar. Pareciam Gremlings (quem viu o filme deve lembrar). Uma dessas moças parou bem na minha frente e, eis que então, o celular da dita cuja começou a tocar um daqueles sons que pobre adora! (baixou Caco Antibes...rsrs).

- ELE TÁ OLHO, NA MINHA PIRIQUITA! NA MINHA PIRIQUITA! NA MINHA PIRIQUITA!

O problema é que a infeliz ao invés de atender deixou aquela coisa continuar tocando. Uma hora não teve jeito, dei uma encarada na mocréia com aquele olhar fatal do tipo "atende logo esta p#!*rra e dá logo essa piriquita pra ele!". Acho que ela se tocou e atendeu.

Tá bom, né? Naaaaaaaada! Ainda tem o grande final!

De repente senti algo estranho no meu braço. Era a baba do pinguço do meu lado que estava escorrendo.

AI, QUE NOOOOOOJOOOOO!!!!!!!

Aí chutei o balde. Aproveitei que ele estava sentado na ponta do banco e dei um empurrão nele para jogá-lo no chão! Enquanto o porco se levantava peguei algo na mochila para me limpar, ao mesmo tempo que desfolhava minha cartilha de palavrões. O infeliz sumiu. Espero que tenha caído nos trilhos e tenha sido eletrocutado ou um outro trem tenha passado em cima.

No meu desespero baixei a cabeça e comecei a conversar com Deus de novo:

"Senhor, por que eu? Por que isso só acontece comigo? Se isso é algum castigo, já tá bom, né? Olha a palhaçada, hein!!"

No que levantei  a cabeça percebi que tinha passado da estação que ia saltar....

P#*%ta que pariu!!! Lá vou eu de novo!

(Este post é dedicado ao meu amigo Marcelo Santos que trava uma verdadeira batalha bíblica contra o péssimo atendimento prestado pelo Metrõ Rio)


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Decadência da Humanidade: Educação ambiental não é um modismo!


Aninha caminha sem ter muita certeza de onde está. De uma hora para outra ela se viu num cenário de aterrorizar, Destruição, plantas e animais mortos, mau-cheiro e um calor muito forte. Andou mais algum tempo e pouco depois avistou uma senhora, maltrapilha e com um semblante abatido pelo aparente peso da idade. Então Aninha parou e lhe perguntou:

- Minha senhora, onde estou? Que lugar é esse?

A senhora olhou para ela, com um certo ar de surpresa, e respondeu:
- Ora minha filha, você está no lugar onde você sempre esteve, o planeta Terra! Esse aqui é o bairro onde você nasceu e cresceu.

Aninha perplexa retruca:
- Não pode ser! Meu bairro é um lugar lindo, muitas árvores, pássaros cantando, muita gente passeando e tem uma praça com um chafariz.

Então a  senhora continua:
- Ah minha filha, isso foi há muito tempo! Infelizmente as pessoas não cuidaram da Natureza, só a maltrataram! Poluíram o ar, os mares e os rios, desperdiçaram a água potável, derrubaram as árvores para construir edifícios, destruindo assim o habitat natural de várias espécies de animais. O que sobrou foi esta terra arrasada que você está vendo. O solo empobrecido, onde não se planta mais nada., este ar difícil de respirar por causa da fumaça, racionamento de água porque hoje em dia existem pouquíssimas fontes não poluídas e por isso não dá para todos, este calor insuportável. Não foi por falta de aviso, mas ninguém deu atenção. O planeta que antes era nossa casa agora é nossa sepultura.

Aninha então pergunta à velha senhora:
- Com todas estas dificuldades, como a senhora conseguiu viver tanto tempo?

- Quantos anos você acha que eu tenho?  -  pergunta a senhora.

- Eu diria que a senhora tem mais de 60 anos.  -  responde a menina.

Então, a senhora responde:
- Não, linda criança. Eu tenho 45 anos. Minha aparência é devida justamente a esta vida de privações. A falta de água e a exposíção diária a este sol escaldante fazem com que eu tenha esta aparência envelhecida. Devido às péssimas condições sanitárias meu esposo morreu de infecção e minha saúde é debilitada, pois frequentemente me encontro doente.

Aninha sentiu uma profunda tristeza com a situação daquela senhora e mais uma vez deu uma olhada ao seu redor. Em seguida olhou para o céu onde o sol brilhava com tanta intensidade que o clarão ofuscou sua vista e Aninha não enxergava mais nada. 

Quando voltou a enxergar Aninha estava em seu quarto. Tudo não passara de um sonho. Como já era hora de ir para a escola executou sua rotina diária. A caminho da escola a menina parou para comprar um sorvete e, chegando ao colégio, encontrou suas amiguinhas. Tratou de contar a elas o sonho assustador que teve e , ao terminar, ela e as amiguinhas se dirigiram ao portão do colégio. Como Aninha já havia terminado o sorvete, jogou fora a embalagem.

Porém, ao contrário da ilustração no início do texto, Aninha jogou o papel no chão, mesmo tendo uma lata de lixo a poucos metros de onde ela se encontrava.


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Apenas um blog com textos de um cara que se acha cronista e pensa que, no meio de seus devaneios, escreve alguma coisa que preste...hehe

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Espaço destinado a publicar crônicas sobre fatos cotidianos mas, claro, com uma pitada de humor ácido. Nada de resenhas convencionais porque crítica maneira é aquela cujo veneno escorre pelo canto da boca.

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